Aprenda a dividir os fardos.
O melhor que você pode oferecer às pessoas é o resultado do seu trabalho. Resultados falam por si. Todo mundo quer resultado, certo? Mas a que preço?
Tô te falando daquela pressão que você carrega nos ombros, mesmo depois de ter evoluído no trabalho com o cachorro, tô te falando de quando você está tão cego que não vê mais os sinais que dog lhe dá, sinais de cansaço, sinais de que já deu pra ele, sinais de que não é você o problema, mas tá se tornando - e as vezes por pressão do dono em atingir um resultado além do que o cão pode entregar.
Talvez você não tenha prestado a devida atenção ao seguinte ponto: cães aprendem por condicionamento e associação.
Quero te falar que você pode estar 100% correto na sua abordagem com o cão, você pode estar na hora certa e no lugar certo, mas mesmo assim, este tempo de qualidade é limitado em horas de trabalho diário (se der sorte), ou semanal… às vezes, mensal. Seu cão cliente passa mais horas do dia sem você, esta é uma variável incontrolável do nosso trabalho.
Você sabe o que acontece na sua ausência e como a banda toca nas horas e dias seguintes na vida do cachorro? Não sabe, te garanto.
O cachorro vive muitas vezes em um contexto onde a rotina do aprendizado social e dos comportamentos considerados indesejados foi tão intensa que, ele não sabe outra maneira de se comunicar a não ser expressando aqueles comportamentos “ruins” diariamente!
Quando somos chamados para resolver essas questões, para o cachorro, é um momento de muita confusão porque ele tem que mudar de comportamento sem saber o porquê.
Qual lado da balança pesa mais: aquele que é representado por algumas mínimas horas do dia de reorientação ou, o contexto social que representa a segurança e toda a rotina do animal?
Muitos tutores não estão preparados para passar pelo processo de mudança pessoal e para o cachorro (eu entendo que reorganização pode ser muito massante pra muita gente, mudanças sempre exigem esforço da nossa parte) e acabam por boicotar - intencionalmente ou inconscientemente - todo o processo de reorientação dando mínimas ou consideráveis concessões ao cão.
Outro ponto; às vezes, o dono é super seu parceiro, mas fere o processo educacional do cachorro dando concessões à visitas e eventos onde outras pessoas desconstroem tudo que foi ensinado. E mais uma vez o cachorro regride e volta a ficar confuso.
Portanto não fique desesperado por fazer a sua parte, ver o cão funcionar na sua mão e “regredir” na mão do dono. Seja íntegro e verdadeiro. Defina claramente aquilo que é seu papel e o que é papel do dono.
O cachorro é fruto das experiências do contexto social onde passa mais tempo. Existe a necessidade de modificações nesses ambientes pra dar aquele "up" e "startar" novos comportamentos do dog.
Trabalhe duro, não meça esforços para fornecer as melhores estratégias para ajudar tutor e o cão, mas não carregue fardos que não são seus.