3 conceitos IN.Dog: Inspiração, Introdução e Incorporação no universo canino.
Quando falamos de comportamento canino temos, hoje, milhares de conceitos e práticas diferentes. Cada pessoa tende a ver esse tópico com um olhar diferente, e uma série de teorias são criadas em cima do que é certo ou errado. Mas afinal, com tanta informação disponível, tantas teorias distintas, por onde começar?
Aqui na IN.DOG nós temos um conceito instintivo, uma visão mais natural do universo canino aonde colocamos em prática 3 conceitos primordiais. Vamos avaliar cada um deles aqui e compartilhar, o que para nós, sempre foi uma base de construção;
INspiração: tudo que fazemos com vontade, com paixão e real inspiração, tende a produzir resultados mais sólidos e reais. No universo canino isso não é diferente. Por isso é importante nos perguntarmos, o que nos inspira? o que nos move? o que faz nosso coração bater mais forte? Esse sentimento tão instintivo e natural é o primeiro passo para iniciar uma carreira de sucesso na esfera de comportamento canino.
Devemos, entretanto, nos atentar à detalhes importantes para saber interpretar nossas emoções nesses momentos. Apenas gostar de cães, e de seus benefícios para nossa saúde mental e emocional não é o suficiente. Precisamos, de fato, querer entender melhor essa espécie e aprender a como viver com eles no nosso universo, honrando o que eles são por natureza e trabalhando constantemente na construção de um convívio ideal entre as duas partes. O mais importante nessa etapa, é saber que grande parte do seu trabalho será realizado com pessoas, já que cães urbanos dependem delas para sobreviver. É aí que entra um elemento chave: a habilidade de se comunicar, educar e compreender pessoas. Entender suas diferenças e saber que sem orientação devida, elas não saberão o que fazer com os cães.
Parte da sua inspiração deve vir com a motivação de criar um mundo melhor, não apenas para os cães, mas para as pessoas que com eles estão. É criar um novo caminho para que essa, e novas gerações, tenham uma visão mais clara sobre convívio com esses animais, e saibam o que fazer para prover para eles um universo com mais inclusão. Então lembrem, o objetivo não é marginalizar as pessoas e idolatrar os cães, mas sim, construir uma ponte, um portal de comunicação claro entre ambos para que o resultado seja harmônico, sólido e duradouro.
INtrodução: Agora que já entendemos bem a fonte de nossa inspiração, está na hora de introduzir esse conceito na prática, colocar a mão na massa e testar as teorias. Essa é a etapa aonde passamos por altos e baixos, tentamos coisas diferentes, vemos resultados, vivemos algumas frustrações e desfrutamos de algumas vitórias. Tudo isso faz parte do processo de introdução. Como sabemos, cada cão é diferente, cada um tem suas características individuais e cada um vive em um ambiente diferente, exposto à pessoas diferentes, com influências diversas, por isso, nem toda técnica pode ser aplicada sempre da mesma forma, e nem tudo que funciona com 1 cachorro, necessariamente vai funcionar com outros.
Durante esse processo temos que levar em conta tudo que envolve o cenário do cão e da família. Cada elemento tem um peso, e tudo faz diferença no resultado final. Um bom trabalho comportamental envolve, na maioria das vezes, o ambiente, a rotina, as práticas diárias e o relacionamento do cão com essa família. O mais importante nessa hora é entender cada uma das partes e criar estratégias para mudanças pontuais que vão fazer a diferença no resultado final. Errar faz parte, tentar faz parte, reconstruir faz parte, e muitas vezes, aceitar algumas coisas que não podemos mudar, também.
Tenha em mente que mudanças não são fáceis para nós humanos, e por isso, o processo evolutivo do trabalho comportamental, muitas vezes, pode sofrer alterações diante das dificuldades de cada elemento dessa equação. Paciência é o nome do jogo.
INcorporação: Quando chegamos nessa etapa, já entendemos melhor cada cenário e já conseguimos ver, com mais clareza, o que funciona. Então está na hora de incorporar, colocar na prática de forma consistente o que sabemos que dá bons resultados. Esse é o momento de se livrar de hábitos ruins, reconstruir um novo formato e manter a consistência. Nessa fase não existe lugar para desculpas, para exceções ou para falta de vontade. Está aí o momento chave aonde as mudanças acontecem ou não.
Nessa fase, novamente, a grande resistência se apresenta nos humanos, que relutam em se livrar de hábitos que de nada beneficiam os cães. Por isso, nosso papel é trabalhar com eles, e mostrar constantemente, de forma clara e simples, que é necessário virar essa chave para que o resultado final se materialize.
Lembrem, os cães vivem o momento, e constroem associações de acordo com o que vivem e praticam diariamente. O comportamento que seu cão apresenta hoje é o resultado do que ele pratica todos os dias, o tempo todo. Se você mudar seus hábitos com ele, ele vai mudar o comportamento dele com você.
O grande desafio, no final, é criar uma nova forma de viver com esse cachorro, uma nova rotina, que honre sua espécie e suas necessidades, alinhada com as regras de respeito e clara comunicação com a família e a sociedade de forma geral.
Quando nos baseamos nesses três conceitos, entendemos que o trabalho de comportamento canino é bem mais denso do que a simples aplicação de técnicas específicas. É um trabalho em conjunto entre duas espécies que precisam conviver em harmonia. É saber entender e se comunicar não apenas com os cães, mas com pessoas. É saber instruir as duas partes para que elas possam andar sozinhas.
A idéia de fazer disso um trabalho profissional exige mais do que uma simples vontade de estar com cães, mais do que apenas gostar da idéia, mas querer, da fato, mergulhar nesse mundo, com energia, com vontade real de ajudar e educar uma sociedade. O trabalho é denso, exige bastante de você, não só no lado físico mas no lado mental, mas os resultados são a grande gratificação. Bons resultados acontecem quando os dois lados, a família e o cão, aprendem a viver juntos, aprendem a se respeitar e se tornam um exemplo, que amanhã, pode servir para ajudar e guiar o próximo caso.
E então, você está pronto ara entrar nessa jornada conosco?